1. |
Só Ten o Corpo Memoria
06:34
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Só ten o corpo memoria
Aparece no acento doutros
Lonxe da casa
Pon a orella
abre os ollos
ergue as cellas
e baixa un pouco a cabeza
Aprende o novo sotaque
como fan as fresas
que só enchen de sabor
cando o gume do coitelo
as abre boca arriba
sacándoas de si mesmas
para seren máis fresas que nunca
Fai como a carne, que segue namorada
porque inventa un relato
en cada compás que agarda
por outra sorpresa
Somos o corpo que non é noso
pero replica con gozo os toques que sabe
aqueles que bateron as mans todas
na madeira dunha mesa
ou na pel da pandeireta
e pasan polo corazón de novo
ABE RÁBADE
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2. |
Aquática
06:28
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O mar cobre cerca de 70% da superfície da Terra
Alberga 80% de toda a vida terrestre
É o maior produtor de oxigénio
E o maior absorvente de dióxido de carbono
Desde meados dos anos 90 que o total de peixe pescado diminui
Estima-se que 40% dos seres marinhos apanhados nas redes são devolvidos ao mar
Mais de 300 mil baleias e golfinhos são mortos por ano por causa da pesca acessória
As plantas marinhas
Acumulam 20 vezes mais carbono do que as florestas
93% do CO2 do mundo está armazenado no mar
Perder 1% deste eco sistema
Equivaleria a libertar
As emissões de 97 milhões de carros
O mar alto
Longe da vista
Longe do coração
Biólogos marinhos afirmam que
Não haverá peixe no mar depois de 2050
MÁRIO BARREIROS
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3. |
Narciso
04:36
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Eu son ti, xa o sei, non me engana a miña imaxe,
ardo de amor por min en lapas que prendo e padezo.
Que son? Sedutor? Seducido? Cal sedución esta miña?
En min está o meu querer, a riqueza mísero faime.
Ai, se puidese, oxalá, do corpo meu desprenderme!
Estraña arela de amante, do que amo arredar quererme.
Tórname feble esta pena, xa non me queda na vida
longa estadía, porque agonío na idade primeira.
Morrer non me pesa,
se hei de deixar con morrer esta pena
OVÍDIO
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4. |
Pacífico
05:34
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No princípio banhava a Pangeia
Até que se começou a dividir
Nos continentes que hoje conhecemos
É o mais antigo e o maior dos oceanos
Quase um terço da superfície da Terra
Quase metade de toda a água marítima
Mais de quatro mil metros de profundidade média
Mais de onze mil no ponto mais profundo:
A Fossa das Marianas
Vê-lo num pequeno globo
É como se a Terra
Fosse quase só água
MÁRIO BARREIROS
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5. |
El Árbol Negro
07:46
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No início o céu estava abaixo e a terra acima
Assim foi até que o céu, cansado de funcionar
Como depósito dos resíduos gerados na terra
Pediu para inverter os planos,
Dando origem ao posicionamento
Que continua até ao presente
No meio havia uma grande árvore negra
Que permitia a quem chegava até ela
Enviar mensagens por meio de pássaros
e curar maldições
Cada um tem sua própria Árvore Negra
E deve empreender uma jornada mística
Pelo reino das águas para encontrá-la...
DEMIAN CABAUD
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6. |
Clarabóia
05:17
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Uma clarabóia é uma janela ou abertura
Por onde entra a luz para um espaço
O atelier de expressão plástica
De exploração livre para crianças
Que a minha mulher criou e dirige
Com o mesmo nome
Tem como objetivo ser um espaço
Para cada criança poder ‘ser’
Livremente, sem estereótipos
Nem uma maneira correta de fazer
DEMIAN CABAUD
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7. |
Abissal
05:50
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Os ciclos da Natureza não se coadunam
Com um sistema social e económico
Que necessita expandir-se
Constantemente para sobreviver
Impelidos por uma espiral de competição
Os agentes económicos
São forçados a rapinar o meio ambiente
A um ritmo cada vez mais acelerado
A exploração e acumulação
Infinita de recursos
Não é compatível
Com um meio ambiente finito
Estando em causa a sobrevivência da Humanidade
A construção de um paradigma alternativo
Revela-se-nos hoje
Como uma necessidade histórica
A magnitude do desafio é abissal mas não impossível
Uma alternativa global e colectiva
Mais racional, que permita ao Homem
Desenvolver todo o seu potencial
Numa relação harmoniosa e sustentada com a Natureza
JOSÉ PEDRO COELHO
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8. |
Rede
04:29
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Y por qué el sol es tan mal amigo
Del caminante en el desierto?
Y por qué el sol es tan simpático
En el jardín del hospital?
Son pájaros o son peces
En estas redes de la luna?
Fue adonde a mí me perdieron
Que logré por fin encontrarme?
PABLO NERUDA
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MARIO BARREIROS Porto, Portugal
Baterista, guitarrista, produtor...
É provavelmente o nome mais presente na discografia de qualquer fã de música
portuguesa.
Nos últimos 40 anos, poucos trabalhos de referência houve, no Jazz e no Pop-Rock, que não tivessem passado pelas suas mãos. Colaborou em mais de trezentos discos:
Tocou com Wayne Shorter, Lee Konitz, Gary Burton, David Liebman, Avishai Cohen, Andy Sheppard, Perico Sambeat...
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